Você deve ter algum conhecido que publica um print de corrida, uma foto correndo ou até uma legenda com “o de hoje tá pago”.
E isso não é por acaso: a corrida caiu no gosto do brasileiro e termos como “pace” passaram a ser conhecidos.
Até 2017, os principais símbolos para os praticantes eram os troféus, livros de autoajuda, medalhas, relógios com contadores e etc. Com a popularização e democratização dos grupos de corrida, o esporte é praticado por mais de 13 milhões de brasileiros.
Sabe o que isso significa? Que é o quarto esporte mais praticado no Brasil.
E é claro que essa atividade invadiu os parques com maior frequência nos últimos anos
Não é uma corrida para a Montezum ou Spin Blast assim que os parques abrem, mas o esporte pode ter total relação com o setor quando mais de 83% dos entrevistados de uma pesquisa da Box 1824 com a Olympikus dizem que correm para cuidar da saúde física, mental e etc. E quem procura parques, também quer encontrar um momento de adrenalina ou fuga da realidade.
Corrida nos parques
Já na sua sétima edição, o Desafio Beto Carrero traz 3 dias de desafios que iniciam em 5km até 42km no total com mais de 3.000 participantes. O Hopi Hari realizou a primeira edição em 2015 com a Fuse Eventos Esportivos. A ideia partiu depois do diretor visitar a meia maratona da Disney.
E, se existe uma galera que se preocupa com o rendimento e com as distâncias, do outro lado há a turma do “f*da-se o pace”, que procura se divertir, estar junto com a sua “tribo” e o percurso fica em segundo plano.
A “prova” de que esse mercado cresce no setor é que, em menos de 6 meses, dois parques ingressaram no mundo das corridas: Thermas de São Pedro e o Alles Park, em Pomerode.
Na Roda Rico, que é uma atração turística, há a associação com corridas que ocorrem dentro e fora do parque, como a São Silvestre. Os participantes receberam um desconto no ingresso, mas as possibilidades são infinitas, como ter um voucher no kit do atleta, ser um ponto de entrega ou premiação para os primeiros colocados e etc. As corridas podem ser tanto próprias, do seu empreendimento, quanto em associações com as que já acontecem ao redor.
Por que fazer?
O Paulo Soriano, gerente de marketing do Alles Park, conta que a corrida surgiu da necessidade de preencher o calendário entre Halloween e Natal e, com a ação, os resultados vieram em mídia espontânea e com um novo público totalmente engajado, que não necessariamente conhecia o parque.
É testar novos públicos não óbvios para o seu parque ou atração, que podem praticar tanto sozinhos ou em “crew”, que traz esse poder da coletividade e acessa um espaço mais lúdico, divertido e menos sério e sacrificante.
Se você quer abraçar esse público independente da época de corrida, os acessórios que fazem parte do kit do atleta podem estar presentes como souvenires nas lojas: fone de ouvido, shorts com bolso, squeeze/garrafinha, relógio marca pace, boné/viseira, óculos de sol, pochete/braçadeira e meias de poliamida. Isso sem mencionar as possibilidades infinitas de associação com marcas que atuam no segmento de vestuário e outros produtos/serviços.
Quando a corrida passa a ser um estilo de vida, há a oportunidade — e até necessidade por ser um esporte que pode ser praticado na rua — dos parques trazerem esse contexto da melhor maneira que sabemos fazer: criando um ambiente mágico e diferenciado.
Imagina correr com o parque fechado para o evento? Encontrar personagens ao longo do caminho torcendo por você? Aproveitar um dia de diversão após a corrida? Com tantas corridas temáticas já presentes (Barbie, Harry Potter e etc), os parques precisam encontrar um diferencial em meio à tantas ofertas que o setor já oferece.
Referência: Pesquisa Box 1824 e Olympikus
Analista de Social Media | Parquetur (mesmo com a vaga encerrada, vale tentar)